Conseguirá Obama evitar a 2.ª Grande Depressão?
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Os economistas acreditavam possuir as ferramentas e os conhecimentos necessários para evitar as crises económicas profundas. Na verdade, o paralelismo entre a situação actual da economia norte-americana e o período que precede a Grande Depressão é impressionante. O desemprego está a aumentar, a expectativa de deflação é real, os bancos não concedem empréstimos e as empresas e os consumidores não estão a gastar.
Numa altura em que a Reserva Federal já baixou a taxa de referência para próximo de zero, constata-se que a política monetária falhou, tendo em conta que o crédito permanece escasso e a economia continua em queda. Para Paul Krugman, o mais recente Prémio Nobel da Economia, apenas o aumento maciço da despesa pública poderá evitar uma 2.ª Grande Depressão, seguindo o raciocínio de Keynes, o economista mentor do New Deal de Roosevelt.
Nas actuais circunstâncias económicas, Barack Obama, que anteontem tomou posse como 44.º Presidente dos EUA, é visto como um Salvador, prometendo com o seu “Plano Americano de Recuperação e Reinvestimento” revitalizar o mercado e inverter o colapso da confiança.
Uma falha neste plano poderá ter consequências devastadoras para os EUA. Esperemos assim que o Congresso não demore meses a aprovar o plano económico de estímulo, repetindo o erro de 1931. Lembremo-nos que a crise eclodiu em 1929 e apenas em 1933, com o novo Presidente Roosevelt foi implementado o New Deal. Até essa data, desapareceram mais de 4 000 bancos e o desemprego atingiu 25%.
Susana Peixoto
Docente do IDEP
Artigo publicado no jornal Meia Hora a 22/01/2009
Publicada porSilva à(s) 08:37