Mudança (*)


O momento presente é de crise profunda, que em Portugal, apesar de tudo, não se sente de forma tão acentuada porque o país vive em deterioração de há vários anos para cá. A verdade, contudo, é que as nossas empresas não são especialmente competitivas em nenhum sector. Quanto ao nosso Estado, genericamente, prima pela ineficiência. Este é o país onde a Justiça prevê crimes de corrupção activa em actos lícitos! Este é o país onde existem 38 mil processos fiscais pendentes nos tribunais, avaliados em 13 mil milhões de euros – quase 10% do PIB! Este é o país onde o Estado consome perto de 50% de toda a riqueza gerada! No meio de tudo isto, a maioria dos cidadãos, verdade seja dita, também não se rala muito e vive o seu dia a dia sem rasgo nem perspectiva. Em suma, nesta trajectória, Portugal não tem futuro.

Infelizmente, eu acredito que o actual sistema político partidário não serve a generalidade dos portugueses. Em Portugal, a democracia indirecta está afastada da população. E as consequências são evidentes: uma parte dos cidadãos deixou de participar nos actos eleitorais; a outra parte virou à esquerda porque inveja os privilégios daqueles que vivem na órbita do Estado. Assim, creio que só há uma alternativa: um novo regime, presidencialista e de democracia directa – uma administração pública simples e menos onerosa –, e uma nova direcção estratégica para o país marcada por uma revolução fiscal. Portugal precisa de mais regulação e de Justiça que funcione, mas não precisa de mais Estado na economia nem de mais impostos sobre os contribuintes. Portugal precisa de ter futuro.

(*) Artigo publicado no jornal Meia Hora a 9 de Março de 2009.

Publicada porSilva à(s) 17:10  

2 comentários:

Anónimo disse... 9 de março de 2009 às 14:43  

"democracia directa"

Se não me engano a última vez que ouvi falar nesse termo foi na voz do "Coronel" Kadaffi (Gaddafi) da Líbia.

O que quer dizer que não tem nenhum significado por si.

José Simões

Anónimo disse... 9 de março de 2009 às 16:07  

olá José, obrigado pelo comentário aqui no MP

tal como no outro post, nao importará explorar as ideias e não os autores?

pessoalmente nao sou um especial defensor do presidencialismo ja que me parece um sistema mais sujeito ao risco

a democracia parlamentar corre o risco de ter estrangulamentos, é certo, mas está com o risco mais diversificado

agora também nao me parece que lá pq kadaffi falou em 'democracia directa' o termos esteja inquinado por si proprio...

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