Ser culto para ser livre

Mesmo em frente aos jardins do Palácio Real em Madrid existe uma pequena livraria, das que provam que não é a globalização ou os "novos tempos" que impedem a sobrevivência do comércio tradicional. E chama a atenção de quem passa a frase por cima da montra: "Ser culto para ser libre". Palavras poderosas que, ainda para mais, tão bem se adequam ao negócio que ali se faz. Deve ser triste não compreendê-las. O mais curioso nesta frase é que ela é de José Martí, poeta e líder da independência de Cuba... face a Espanha. Ser culto também é abandonar preconceitos e centrar na essência das coisas...

Em Portugal queixamo-nos sempre muito. O contexto actual abriu ainda mais a porta aos lamentos. Nunca temos culpa de nada, o país está sempre mal, mas cada um de nós faz tudo bem. Mistério! Os portugueses fazem pouco para se valorizarem, como profissionais num mercado global e ainda menos como pessoas. Passam-se décadas na vida e não se lê um clássico, não se filosofa, não se tenta pensar. Apenas reagir. E nas férias o português prefere o mesmo rotineiro destino em vez de inovar, conhecer outras sociedades, costumes, regras.

Viajar pode ser um exercício de auto-conhecimento, de crítica construtiva e de cultura. E uma semana de férias em Agosto no Algarve até sai mais cara que um destino de low-cost...

Adaptando Kennedy: "não perguntes o que o teu país pode fazer por ti, mas sim o que tu podes fazer por ti próprio".

Aprenda, actualize-se, cultive-se, estude, escute, pense.
Aceite o desafio, verá que a vida saberá melhor.

Publicada porUlf à(s) 01:54  

0 comentários:

Enviar um comentário