Tudo isto é novo... Qual será a melhor estratégia?
terça-feira, 17 de março de 2009
#1 Strategic Sourcing
Avaliar regularmente quais os custos directos e indirectos, procurar oportunidades de redução e possuir um sistema categorizado de custos, poderá permitir uma rápida mensuração dos retornos esperados pela renegociação de contratos com fornecedores e/ou cortes efectuados.
#2 Reestruturação das Actividades de Marketing
A maioria das empresas cai na “armadilha” de reduzir estas actividades. Alguns ganhos obtidos no ponto #1 poderão ser canalizados para promover a renovação de contratos com clientes, por períodos mais longos, de forma a enfraquecer e “bloquear” a concorrência. Claramente existem algumas oportunidades nesta crise.
#3 CRM System
Neste período de crise é imperativo que as empresas conheçam os seus clientes, logo sugere-se um investimento em SI, nomeadamente no CRM - Customer Relationship Management, melhorando-o e adaptando-o a esta nova realidade. Conhecendo melhor os seus clientes e mercados poderão ser tomadas decisões seguras em busca de maximizar a rentabilidade.
É importante que cada empresa, por si, encontre a melhor estratégia.
Muitas outras iniciativas poderão ser adicionadas ou poderá não concordar exactamente com a forma de implementação, no entanto neste período é importante debater para que cada empresa possa por si encontrar a melhor estratégia.
Vasco Oliveira - Planeamento e Controlo de Produção
oliveira.vasco@gmail.com
Publicado no Jornal Meia Hora
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Puramente #9 - Outliers
segunda-feira, 16 de março de 2009
Nome: Outliers - The Story of Success
Autor: Malcom Gladwell
Data: Novembro de 2008 - Little, Brown and Company
Frase: "Success follows a predictable course"
Keywords: Vantagem Inicial; Oportunidade; Regra das 10 mil horas; Legado Cultural; Discurso Mitigado
Apreciação: ***
Este é um livro sobre o sucesso e desempenhos extraordinários. Mas não confundir com um manual de "auto-ajuda", de relatos biográficos ou uma lista de fórmulas milagrosas.
Segundo o autor, o "sucesso" é resultado de um número reduzido de detalhes. Basta que um desses factores se altere para que duas pessoas aparentemente com o mesmo potencial tenham percursos muito diferentes.
Para Malcom Gladwell há um enviesamento na forma como o sucesso é visto pela sociedade, normalmente como um processo de mérito individual. Pelo contrário, os desempenhos extraordinários são um produto do mundo, do contexto. Dependem de um certo talento natural, de alguma inteligência analítica, mas o que faz a diferença normalmente são as oportunidades, alguma sorte, muito treino, legado cultural e a chamada "inteligência prática" - saber o que dizer e a quem, quando dizê-lo e provocar o efeito pretendido com o que se diz ou faz. É dado o exemplo de como o indivíduo com o QI mais elevado dos EUA - Christopher Langan - tem uma vida aquém das expectativas.
É um livro bastante fácil de ler. Pode agradar a vários públicos já que, para além dos argumentos e conclusões do autor, há muitas descrições, detalhes e histórias. Aliás isso pode ser visto como um defeito em "Outliers", que poderia ter sido escrito com metade das páginas se a intenção fosse só transmitir as ideias. O livro está dividido em duas partes. Na primeira fala-se da Oportunidade e na segunda sobre o Legado. É nesta segunda parte que aparecem 50 páginas "obrigatórias" - Gladwell explica o que causa uma grande parte dos acidentes de avião, ligando-os ao legado cultural e ao discurso mitigado dos intervenientes.
Apesar do enorme sucesso e "buzz" que já regista nos EUA, não me parece que vá ter o mesmo impacto disruptivo de "Blink" ou "The Tipping Point", livros em que o tom "contra a corrente" também está presente.
Filipe Garcia
Economista da IMF, Informação de Mercados Financeiros
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Ética vs Lei
sexta-feira, 13 de março de 2009

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Portugal é um esquema em pirâmide
quinta-feira, 12 de março de 2009

Nouriel Roubini continua em grande. Será com certeza o economista a quem a crise mais beneficiou em termos de notoriedade e reputação.
Hoje, perante uma pergunta de um jornalista sobre o caso Madoff, disse que toda a economia americana é um esquema Ponzi (de pirâmide). É difícil discordar dos argumentos de Roubini, mas o mais perturbador é que se estivesse a falar de Portugal, diria exactamente o mesmo.
Portugal é um esquema em pirâmide. Resta saber até quando dura...
Filipe Garcia
Economista da IMF
Abaixo segue parte do texto foi retirado do Alphaville do Financial Times)
(...)
A government that will issue trillions of dollars of new debt to pay for this severe recession and to socialize private losses may risk to become a Ponzi government if - in the medium term - does not return to fiscal discipline and debt sustainability.
A country that has - for over 25 years - spent more than income and thus run an endless string of current account deficit and has thus become the largest net foreign debtor in the world (with net foreign liabilities that are likely to be over $3 trillion by the end of this year) is also a Ponzi country that may eventually default on its foreign debt if it does not - over time - tighten its belt and start running smaller current account deficits and actual trade surpluses.
Whenever you persistently consume more than your income year after year (a household with negative savings, a government with budget deficit, a firm or financial institution with persistent losses, a country with a current account deficit) you are playing a Ponzi game; in the jargon of formal economics you are not satisfying your long run intertemporal budget constraint as you borrow to finance the interest rate on your previous debt and you are thus following an unsustainable debt dynamics (discounted value of your debt growing without limit in NPV terms as the debt grows faster than the interest rate on it) that eventually leads to outright insolvency.
According to Minsky and according to economic theory Ponzi agents (households, firms, banks) are those who need to borrow more to repay both principal and interest on their previous debt; i.e. Minsky’s “Ponzi borrowers” cannot service neither interest or principal payments on their debts. They are called “Ponzi borrowers” as they need persistently increasing prices of the assets they invested in to keep on refinancing their debt obligations.
(...)
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Quebrar barreiras em tempo de crise
quarta-feira, 11 de março de 2009

Para o sueco Kjell Nordstrom (que esteve em Portugal em Fevereiro para participar na conferência “Business Innovation in 2009”), a inovação e a emoção têm de dominar nas estratégias a concretizar. Na sua opinião, as companhias que melhor podem resistir a este cenário actual são as mais inovadoras e que, simultaneamente, têm maior proximidade com o consumidor, sendo capazes de o seduzir.
Para tal é necessário que as empresas percebam que fazer o mesmo que todos os outros fazem é uma má ideia pois os clientes não estão dispostos a pagar mais pelo mesmo... Por outro lado, terão de arriscar e a primeira coisa a fazer é contratar pessoas que tenham outro background, outra visão, pois os líderes do futuro como diz Kjell Nordstrom “serão uma combinação de “hard and soft”... como Richard Branson... ou Barack Obama... E, em breve, serão as mulheres. Muitas serão as líderes no futuro”.
Os líderes de futuro terão de ser duros, de cortar custos e tomar decisões críticas; mas também terão de ser emocionais e capazes de, agora mais do que nunca, entender os consumidores, motivar os empregados e antecipar as tendências que estão por vir. E esta é, claramente, uma vantagem competitiva para as mulheres.
Assim, depois de reflectir sobre estas palavras e, conhecendo a realidade portuguesa está claro que o caminho a percorrer é muito longo.
Margarida Matos - Gestora
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Um comentário agridoce
segunda-feira, 9 de março de 2009
Não se trata de dados muito concretos e nem se referem a Portugal, mas permitem ter alguma esperança de inversão do ciclo económico um pouco mais cedo do que é previsto pela maioria.
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Mudança (*)
domingo, 8 de março de 2009
Infelizmente, eu acredito que o actual sistema político partidário não serve a generalidade dos portugueses. Em Portugal, a democracia indirecta está afastada da população. E as consequências são evidentes: uma parte dos cidadãos deixou de participar nos actos eleitorais; a outra parte virou à esquerda porque inveja os privilégios daqueles que vivem na órbita do Estado. Assim, creio que só há uma alternativa: um novo regime, presidencialista e de democracia directa – uma administração pública simples e menos onerosa –, e uma nova direcção estratégica para o país marcada por uma revolução fiscal. Portugal precisa de mais regulação e de Justiça que funcione, mas não precisa de mais Estado na economia nem de mais impostos sobre os contribuintes. Portugal precisa de ter futuro.
(*) Artigo publicado no jornal Meia Hora a 9 de Março de 2009.
Publicada porSilva à(s) 17:10 2 comentários
A ver o circo a arder
As acções do sector financeiro estão a ser vendidas porque os accionistas receiam perder tudo. As dos restantes sectores estão a desvalorizar porque se nada for feito, as empresas enfrentarão um contexto económico ainda pior do que o actual.
Já se percebeu que a recuperação económica não será possível sem a estabilização do sector financeiro. É também claro que a situação não se está a resolver por si só. Pelo contrário,parece estar criado um processo de entropia. São necessárias medidas drásticas para lidar com a crise. Os “gurus” já falaram (Roubini, Taleb, Krugman, Soros, tantos outros), mas mesmo assim os governos parecem incapazes de fazer o que tem que ser feito – tomar decisões com impacto real. Nacionalizar se for preciso, mas acima de tudo impedir a implosão de todo o sistema.
Publicada porUlf à(s) 15:55 0 comentários
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Puramente #8 - Cisne Negro
Autor: Nassim Taleb
Data (Original): Abril 2007
Frase: "O surpreendente não é a magnitude dos nossos erros de previsão, mas o facto de não termos consciência dos mesmos"
Keywords: Cisne Negro; Platonicidade; Previsão; Narrativa, Assimetria, Não-Conhecimento
Apreciação: ****
Depois de "Fooled by Randomness", Nassim Taleb volta com "O Cisne Negro", uma obra entre o livro de filosofia e o ensaio de gestão contemporânea.
O autor define Cisne Negro como um acontecimento que reúne três atributos: raridade, impacto extremo e previsibilidade retrospectiva (presentes nas Grandes Guerras, no 11/09 ou no crash de 1929) - considerados fundamentais, na medida em que são os "saltos da evolução" (que não se dá com as pequenas mudanças iterativas). Taleb considera que o "mundo civilizado" trabalha segundo a falsa convicção que os seus instrumentos podem medir a incerteza e a previsão é uma ciência. O livro aborda de forma frontal a cegueira face à aleatoriedade, considerado um problema endémico de natureza social.
A lógica bem fundamentada de Taleb torna o que não sabemos mais importante do que sabemos ao ponto de considerar mais relevantes os livros que não lemos do que os que já lemos. É no não conhecimento que existe a probabilidade de ocorrência de um Cisne Negro, o factor que não está no espectro da previsão, abrindo-se assim caminho ao conceito out of the box. O autor – que considera que ler jornais piora o conhecimento do mundo - conclui que o exercício da previsão realizado por analistas económicos não tem valor, porque ignora o imprevisível (Extremistão), onde os milestones ocorrem.
O livro, que tanto dá exemplos de Wall Street como cita Popper, Balzac e Dickens de forma recorrente, merece uma leitura calma e pausada, mas basta uma passagem pelo prólogo para se retirar o main value. Fundamentalmente, tomar consciência do que não se sabe e do risco e condicionamento que esse não-conhecimento pode proporcionar. No fim, fica o receio de que o autor esteja excessivamente certo e a navegação que conhecemos ignore os factores que de forma mais relevante condicionam o futuro.
Artigo publicado no Jornal de Negócios, dia 3/3/2009
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Harvard Trends #1 - Mudança de Género
sábado, 7 de março de 2009

Poucas empresas estão preparadas para estes processos de transição de género, em que as principais questões que os gestores se põem são: trata-se de um assunto do foro médico ou moral? Trata-se de um tema em que o enfoque deve ser o cumprimento da lei ou de normas éticas? De que forma esta questão afectará os demais colaboradores, o ambiente de trabalho e sobretudo o relacionamento com os clientes? Que passos devem ser dados no longo processo de transição? Como gerir aspectos práticos como a utilização de WC´s? Existem questões religiosas que possam gerar conflitos graves? Está desenvolvido um mercado de coaching para este tipo de situações?
O que parece certo é que a empresas se devem antecipar, preparando-se para situações desta natureza antes que elas se concretizem. Consensual: torna-se necessário planear com o colaborador a melhor forma de comunicar a decisão e de gerir o processo de transição.
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Mais palavras sobre a crise, para quê ?
sexta-feira, 6 de março de 2009
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Nós, eles e os outros

Eles, opositores, sindicatos, professores, médicos e juristas, economistas que alertam, empresários com voz própria, os que despedem, comentadores que não fazem propaganda e jornalistas que investigam, são todos uns chatos. Não percebem a nossa missão, não veneram os nossos heróicos feitos, conduzem uma campanha negra. Eles não valem nada!
Os Outros, coitados, como sempre pagam a factura. Desempregados e empregados (sobretudo os públicos, que deviam estar gratos), empreendedores que ficam sem rede (e deviam ter mais juízo), contribuintes registados (que esprememos), pais preocupados e filhos de futuro incerto. Existem para que a lei se cumpra!
Com o advento do relacional, onde a sedução, o envolvimento e a partilha são os argumentos, é preciso congregar esforços e unir vontades para dar a volta – apelar a um espírito de missão colectiva não compaginável com um discurso sectário. O “yes, we can” de Obama não é um exemplo por demais evidente?
Publicada porSilva à(s) 03:34 0 comentários
Etiquetas: Luís Ferreira
Parados no trânsito
quinta-feira, 5 de março de 2009
Publicada porSilva à(s) 00:32 2 comentários
Um branco arriscado
terça-feira, 3 de março de 2009
Publicada porSilva à(s) 17:25 0 comentários
Etiquetas: Danielly Garcia
Chamaeleonidae
segunda-feira, 2 de março de 2009

Publicada porSilva à(s) 17:30 1 comentários
Etiquetas: Pedro Barbosa
Em época de balanço
Uma avaliação de desempenho poderá ser tão boa ou tão má quanto as qualidades humanas e competências técnicas do profissional que a realiza.
Os instrumentos de avaliação mais ou menos banalizados nos dias de hoje não prestigiam necessariamente o seu propósito, nem as organizações que os promovem. Faça-se um paralelo com quaisquer outros tipos de medidas para as quais não existem enquadramento necessário ou supervisão: a negligência ou a arbitrariedade podem ser a tendência dominante.
Podem as avaliações de desempenho servir para gestores menos capazes se promoverem pela apreciação negativa de outros? E o que compromete afinal um instrumento que pretende reconhecer e desenvolver continuamente os profissionais, nas melhores empresas? O (im)popular tráfico de influências, o petty management, a desresponsabilização? A ausência de mecanismos que afiram da qualidade das avaliações?
De que instrumentos podem os accionistas valer-se para assegurar que os melhores gestores, os que mais contribuem para os resultados, são efectivamente reconhecidos e premiados? Que instrumentos colocam à disposição de quem é avaliado garantindo direito de resposta? Podem ou não assegurar avaliações consequentes?
Uma cultura de empresa forte só se conseguirá num ambiente são e de valores bem firmados, onde a autoridade e legitimidade da sua liderança seja incontestada. E apenas num contexto deste podem os processos de avaliação, consequentes, serem bem sucedidos. Qualquer tentativa de reprodução numa cultura enfraquecida servirá apenas para acelerar a sua descredibilização.
Publicada porSilva à(s) 07:54 1 comentários