Comunicação 360º
domingo, 29 de junho de 2008
Mas onde andam os orçamentos dedicados ao plano de comunicação interna que acenderá a paixão pela marca? As acções de promoção interna restringem-se à criação de mecanismos regulares de comunicação de lançamentos ou do conhecimento dos produtos e divulgação de acções da concorrência. São mecanismos importantes para que os colaboradores se mantenham actualizados, mas é preciso mais do que mera informação para criar e manter toda a empresa enamorada pela marca.
Para fortalecer o relacionamento dos colaboradores com a marca a sua vivência interna deve ser uma preocupação presente desde a génese. Há que combater a tentação de nos deixarmos cegar pelos bons resultados e preparar caminho para que os melhores talentos nos acompanhem numa maré mais fraca, contribuindo para combater a erosão – interna e externa – da marca.
Os principais desafios consistem na incorporação dos valores da marca nos comportamentos diários dos colaboradores, no alinhamento coerente entre estes valores e todos os sistemas da organização e na criação de uma consciência colectiva do contributo de cada um para o fortalecimento da marca.
Para construir um “exército interno” há que pensar os colaboradores como parte integrante do plano de comunicação da marca, incutindo nas campanhas internas a mesma magia das campanhas publicitárias e desmistificando a ideia de que o marketing interno é um desperdício de recursos que poderiam ser eficazmente aplicados em comissões, aumentos de salários ou publicidade.
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Downshifting
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Longas horas no escritório, viagens permanentes e noites de fim de semana com planos estratégicos, relatórios de contas e telefonemas sucessivos tem um custo. Um custo que se traduz em tempo, mas que tem consequências nos níveis de stress de cada um e sua família, na qualidade de vida e tudo que lhe está associado. Estas consequências assumem particular gravidade nos gestores com filhos, pela incapacidade de acompanhamento dos mesmos, um factor que não mais será recuperado noutras alturas.
Viver pior é hoje uma opção, não uma obrigação. Cada vez mais gestores optam pelo Downshifting, que consiste na troca de dinheiro (menos) por tempo (mais). Trata-se de procurar outro estilo de vida, menos penoso em termos de carga de trabalho e de maior qualidade de vida, associada a uma racionalização no consumo. Não se trata de um movimento radical ou fundamentalista, mas bastante ponderado e evoluído, trocando por exemplo semanas de 60 horas por outras de 35, com um nível de intensidade aceitável, equilibrando vida pessoal com realização profissional, num movimento que ainda não é socialmente bem visto. Agora que o Governo se prepara para legislar sobre a possibilidade de semanas concentradas, convém cada um pensar quais são, realmente, as suas prioridades de vida.
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Quando o Mercado Não Funciona
sexta-feira, 20 de junho de 2008
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Liberdade
quinta-feira, 19 de junho de 2008
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Apenas IVA (*)
A situação actual em Portugal revela que a população está sobre endividada e sem capacidade de aforro. A classe média está, aliás, sob ameaça. Na minha perspectiva, o caminho a seguir, contrariamente ao que as principais forças políticas da sociedade defendem, é uma revolução fiscal. Manter apenas o IVA e acabar com todos os outros impostos – directos e indirectos. Existem no nosso país três escalões de IVA – 5, 12 e 21% - que representam 43% da receita fiscal efectiva portuguesa. Segundo dados do INE, o cabaz de bens e serviços típico das famílias portuguesas é tributado a uma taxa média de 16%.
Assim, para manter a receita fiscal constante, necessitaríamos de subir os escalões para os seguintes patamares: 13, 31 e 54%, respectivamente. Mas para não prejudicar as famílias de menores recursos, que tendem a gastar uma proporção maior do seu rendimento em bens de consumo, poderíamos manter o escalão mais baixo inalterado em 5%. E o segundo escalão poderia, também, não aumentar de forma tão drástica. No curto prazo, agravar-se-ia o défice. Contudo, passados alguns meses, essa redução de receita seria mais do que compensada através de novos investimentos e com o reforço da actividade económica.
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O Fim Do Comércio Tradicional
sábado, 14 de junho de 2008
O que não podemos nem devemos é confundir comércio tradicional com comércio de rua. E essa confusão é também tão comum que terá certamente deixado alguns leitores perplexos com o primeiro parágrafo. O comércio de rua é essencial para o desenvolvimento local, tanto em zonas rurais, como urbanas. Perde apenas alguma importância em algumas zonas semi urbanas, casuísticamente. Infelizmente em muitos países dos quais Portugal é exemplo, a maioria do coméricio de rua faz-se ainda de forma “tradicional”, ignorando que o cliente mudou e procura serviços que satisfaçam a suas necessidades, precisa que o façam sentir seguro e confortável, gosta de ser surpreendido e necessita de informação e rapidez. O comércio de rua nacional continua a ser a soma das pequenas partes, sem qualquer tipo de lógica de mix comercial, gestão de horários comuns, acessibilidades, informação sobre outras lojas ou animação, quando não de situações mais graves como garantia de estacionamento, protecção básica contra intempéries ou segurança.
Não se pense contudo que é impossível o comércio de rua seguir o exemplo de modernidade que o comércio integrado (armazéns de grandes dimensões multi sectoriais, centros comerciais, “retail parks”, “outlet centres”, etc...) começou a seguir desde há décadas, e o levou onde está hoje. Poderia aqui postular em formas como os comerciantes se poderiam unir; avançar com potenciais medidas que permitissem esse dificil passo; sublinhar a necessidade da intervenção do poder local; alertar para a obrigatoriedade de uma associação, não só de lojistas, mas também de proprietários... Nada disto é de facto necessário.
Existem provas vivas de como o comércio de rua pode ser moderno e integrado, no sentido do total ser melhor que a soma das partes individuais. Os três exemplos mais flagrantes, entre muitos, são a Oxford Street, a Regent Street e a Sloan Street, todas em Londres. Desta última, será mais cauteloso não falar. Apesar de ser na prática um excelente exemplo demonstrativo, não considerarei esta meca da alta costura como modelo de gestão a adoptar, para evitar argumentação baseada na excepção da sua própria tipologia. A Oxford Street Association (www.oxfordstreet.co.uk) é um exemplo incontornável de gestão moderna: a associação literalmente faz a gestão da rua, como se um espaço de um único proprietário se tratasse, e sem qualquer poder politico para tal: coordena a animação de rua, recomenda aos proprietários dos edifícios que lojistas são indicados e que mix existe já em exagero ou faz falta à rua, ajuda os lojistas nos licenciamentos municipais, informa os clientes de tudo o que é necessário, coordena as relações com autoridades de transportes e gestão de parqueamento usando o seu lobby fortíssimo em proveito da rua, e mais recentemente tem agentes no mercado imobiliário a obter informações comerciais de natureza diversa, nomeadamente das novas marcas e tendências, para que a rua se modernize a todos os níveis constantemente. Perguntarão quem paga tudo isto? Os próprios lojistas e proprietários, como parece fazer sentido. Existe uma entidade paga por todos que defende os interesses da rua, garantindo assim melhorias individuais. Na essência, as diferenças para um centro comercial moderno, embora existam, são já reduzidas. A Regent Street (www.regentstreetonline.com) vai ainda mais longe: para além de tudo o resto, esta rua tem um logotipo próprio e uma assinatura (“Where Time Is Always Well Spent”). A cereja no topo do bolo são os tapumes colocados nas lojas quando as mesmas estão em fase de obras, onde para além do logotipo e da assinatura da rua se podem ver fotografias das lojas concorrentes na mesma rua, com indicações de como lá chegar. É o mais perfeito exemplo de que comércio tradicional e comércio de rua não são a mesma coisa e podem mesmo ser o contrário um do outro.
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O Mundo é Plano
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Embora na discussão de assuntos como este seja imprescindível vestir o papel de cada um dos intervenientes, é essencial, diria mesmo indispensável, ter uma visão mais “helicóptero” sobre o problema. Quando nos propomos a alterar o Código do Trabalho temos que estar abertos à mudança e não simplesmente a meras operações de maquilhagem pois corremos o risco de desperdiçar recursos e não obter resultados.
Temos que fazer o match entre o mundo exterior, que nos apresenta ameaças mas também muitas oportunidades, e o mundo interior, ou seja, as “competências” do nosso país e pessoas. Desenhar a melhor estratégia rumo ao sucesso.
Uma legislação laboral mais competitiva atrai mais capital estrangeiro, surgem mais projectos, mais postos de trabalho, mais resultados e mais satisfação para accionistas, colaboradores e economia do país. Resultando numa relação win-win-win.
Devemos defender a sustentabilidade da segurança e não somente a segurança do dia de hoje.
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Decidiram-se!
quarta-feira, 11 de junho de 2008

Estavam assim divididos entre o crescimento e o combate à inflação.
O dilema parece ter começado a resolver-se quando os BC’s se aperceberam que estavam a perder ambos os combates. Os indicadores de actividade continuam a deteriorar-se e a inflação não pára de subir. Aliás a subida dos preços pode ainda estar longe do fim.
Parece haver alguma concertação entre os bancos centrais neste ataque à inflação. Trichet avisou que as taxas podem subir em Julho, o BoE já há semanas que disse que não voltava a cortar, o Banco do Canadá surpreendeu ontem ao manter os juros e também Ben Bernanke mudou recentemente o discurso.
No mercado cambial pode vir a jogar-se muito desta batalha contra a inflação. Se a preocupação central está nos preços e não o crescimento, torna-se muito “útil” ter uma moeda mais forte. Mas os câmbios traduzem valores relativos. Para uma moeda fortalecer outras têm que perder terreno. Para que o dólar suba, o euro tem que descer, o que não vai agradar ao BCE.
A concertação entre bancos centrais pode então ficar mais vulnerável já que nem todos os objectivos estão alinhados...
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A inflação contra-ataca
domingo, 8 de junho de 2008
A Globalização e as Tecnologias de Informação contribuiram em muito para esse cenário. Graças a estas duas forças, indissociáveis, a concorrência mundial aumentou, obrigando a uma maior eficiência e fomentou a especialização e a diferenciação. As taxas de juro desceram, o comércio internacional cresceu exponencialmente e foram "chamados a jogo" milhões de pessoas em todo o mundo, famílias até agora à margem do progresso económico e dos standards de vida ocidentais.
Mas neste último ano a inflação iniciou um contra-ataque. O sobre-aquecimento de algumas economias, a diminuição do desemprego, uma natural acalmia nos processos de inovação tecnológica e muita especulação nos mercados das matérias-primas e na sociedade levaram a uma escalada geral de preços. A subida da inflação poderá estar apenas no seu início. Provavelmente chegamos a um ponto de viragem na tendência de abrandamento dos preços. Entre outros inconvenientes uma taxa de inflação elevada é preocupante porque mina a confiança, afectando o investimento e a actividade económica em geral. Prejudica quem tem rendimentos "fixos" como os pensionistas ou, numa outra óptica, os países e empresas pouco inovadores que são incapazes de cobrar preços premium ou de os actualizar.
A crise do subprime, a desaceleração registada nos EUA e em alguns países europeus, bem como as pressões governamentais têm "impedido" os bancos centrais de actuar preventivamente na luta contra a inflação. Provavelmente o preço a pagar será bastante alto. Por todos nós.
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Against all Odds
sábado, 7 de junho de 2008

O contrário de todas as probabilidades aparentes, a subida do preço do petróleo é, no longo prazo, positiva. Enquanto o petróleo custava 30 ou 40 dólares, falava-se de energias alternativas / renováveis como um whisful thing, ou um caminho obrigatório no longo prazo para sustentar os negócios e a vida. Sejamos honestos : o mercado só vai trocar o petróleo por outra energia quando uma de duas coisas acontecer: obrigações e regulações que obriguem a tal ou que o petróleo se torne mais caro do que as suas alternativas. A segunda é a única forma natural e sustentável de tal continuar a acontecer no tempo. A subida dos preços do crude para os níveis presentes e a descida dos custos da energia alternativa parecem indiciar pela primeira vez que o planeta vai poder continuar o seu desenvolvimento com humanos em vez de andróides.
É por tudo isto que também considero positivo o aumento do preço do trigo e das restantes commodities alimentares, porque tal constitui a única forma não artificial de aumentar o desenvolvimento do sector primário (dado que se torna mais rentável do que actividades substitutas), outro factor crucial à sustentabilidade futura da humanidade. Trata-se ainda de uma nova oportunidade quer para África, quer para países onde o petróleo poderá acabar nos próximos anos.
Se as economias forem capazes de criar formas não granuladas pelos regulamentos de continuar o desenvolvimento no curto prazo sem compromisso sério da qualidade de vida das populações, a subida do preço do petróleo e do trigo são factores muito positivos para as futuras gerações, garantias da desejada sustentabilidade.
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Oportunidade China
quinta-feira, 5 de junho de 2008
Ao não reinventarmos sistematicamente o negócio/indústria em que nos inserimos, e não possuirmos um mapa estratégico damos os primeiros passos para entrarmos num espiral de destruição de valor consolidado em estratégias comerciais baseadas em preço e não na diferenciação do serviço, produto e relação com o nosso cliente.
Como diz Renée Mauborgne estamos perante um “oceano vermelho”, em que todos fazem “sangue” para competir. Seria mais viável desenvolver uma empresa através da criação de um novo espaço de mercado onde a concorrência se torma practicamente irrelevante - “oceano azul”.
É neste contexto que gostaria de deixar um pequeno exemplo de uma empresa do Norte do país na área textil que sofreu forte competição da china através do preço e que reverteu a situação ao conseguir facturar cerca de 70% da sua produção para o mercado chinês. Este sucesso só é possível pelo facto da empresa se ter posicionado apenas na classe de rendimentos superiores da China que não consome texteis chineses.
Tenho a certeza que esta receita não é aplicável a todos os negócios ou empresas, mas creio que o conceito de reinventar constantemente o negócio é o fundamento de uma boa gestão.
Será que somos capazes de fazê-lo consistentemente? Será que temos o direito de estar no mercado se não o fizermos?
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Partidos acima da lei ?
segunda-feira, 2 de junho de 2008
O que acontece em cada período eleitoral não é só grave, é absolutamente escandaloso. Em vez de darem o melhor exemplo, os partidos políticos unem-se num cáustico exemplo de publicidade exterior, que é absolutamente lamentável e demonstra o grau de cidadania dos políticos nacionais. Nesta matéria, nenhum parece ser um pouco pior: são todos estupidamente maus.
Não só nascem outdoors em locais que não são licenciados, como em zonas em que foram proibidos os licenciamentos pelas respectivas autarquias. Noutros casos, ainda piores, os outdoors nascem (plantados como cogumelos) em zonas proibidas pela lei geral, no meio de rotundas, triângulos ou até mesmo em plena estrada, tapando a visibilidade directa em cruzamentos. A cereja no topo do bolo é a sua qualidade: assemelha-se a um triste concurso do mais ferrugento.
O que é realmente dramático nesta matéria é que este fenómeno é generalizado e comum. Um mal cometido por todos, que parece não incomodar ninguém em particular. Num congresso a que assisti um proeminente responsável defendia-se nesta matéria, dizendo que “as eleições são excepções”. Notável afirmação de exemplo de cidadania para os agentes de mercado e para o povo em geral. Defendo que o Instituto do Ambiente intervenha nesta matéria, e garanta que os partidos políticos cumpram a lei que eles próprios fizeram, em vez de descredibilizarem este sector de actividade.
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Bolhas de Ar e Vento
domingo, 1 de junho de 2008



Dizia esta semana um gestor de um fundo de "oportunidades ambientais" (!) que com os preços do petróleo a estes níveis o vento já é competitivo com a geração de energia a partir de combustíveis fósseis, defendendo o investimento em activos relacionados com as energias renováveis em geral, eólica em particular. Mas leia-se um pouco mais fundo: ao que parece é necessário que o mercado da energia esteja caríssimo e "quente" para que o negócio comece a ter viabilidade económica! Ou seja, talvez só com petróleo bem mais alto ($200?) estas empresas possam ser superiormente rentáveis.
No final do século passado a euforia das dotcom fez a fortuna de alguns e a miséria de muitos. Ambas merecidas e justas, reconheça-se, porque em mercado puro vende e compra quem quer, tratando-se de um bom negócio para ambos. Deveria parecer estranho a um investidor atento que numa conjuntura de desaceleração económica, inflação em perigosa alta e crise de crédito haja empresas a dispersar urgentemente capital em bolsa.
Num testemunho na semana passada ao Congresso Americano, Michael Masters demonstrou que o aumento da procura por contratos de futuros de commodities nos EUA nos últimos anos justifica-se pela entrada em cena de um tipo especial de investidores. Para se ter uma ideia, nos últimos cinco anos o aumento da procura de petróleo pelos Index Speculators foi quase o mesmo da economia chinesa no mesmo período. Não havendo constrangimentos de oferta, o preço só sobe devido a um aumento considerável da procura.
Para bom entendedor...
Publicada porUlf à(s) 12:12 0 comentários
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